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Todo início precisa de um final.

Assim como um livro apresente começo (meio) e fim, acredito que isso também se aplique a vida.
Não somente a vida definida em longa data, como nascer, crescer, envelhecer e empacotar.
Mas mais importante ainda, nos pequenos episódios que vivenciamos. Com durações mais efêmeras ou de médio prazo.

Lembro que quando eu tinha uns 12 ou 13 anos, assisti aquele filme do Gasparzinho. Onde tem a máquina que vai poder fazer ele voltar a ser um menino.
Daí a vilã do filme, movida pela ganância ( =O ) resolve se matar, virar um fantasma, roubar coisas, pra daí ressuscitar. Mas antes que ela o faça, não consegue, e é levada a sei lá onde.
Durante a “desintegração” dela, um dos fantasmas mal educados amigos do Gasparzinho disse que ela não poderia continuar naquela condição de fantasma pois tinha assuntos inacabados. Coisas que ela não resolveu em vida.
E foi então, que sabe-se lá o porque, isso me veio a mente.
E comecei a “filosofar” sobre esse assunto.

Longe de sermos fantasmas, vejo que somos assombrados por estes. Esses “fantasmas” das nossas vidas, que volta e meia aparecem entre pensamentos, nos tirando a concentração e elevando a cólera.
E isso é creditado aos nossos assuntos inacabados.

Todo início precisa de um final.

Enquanto não enterramos os mortos, eles não descansam em paz.
É preciso por um ponto final nessas histórias inacabadas que fazem parte das nossas vidas.
Encerrar esses episódios que nos trouxeram alguma espécie de tormento. Matar essas lembranças perdidas em nossas mentes.

Por mais fácil que seja a conclusão, o problema vem quando é chegada à hora de por um ponto final.
É preciso mais do que determinação pra encerrar uma história, e que nessas situações, nem sempre têm um final feliz.
É preciso vontade. Vontade que é o que move o mundo. Que é o que move a humanidade.

Acredito que finalizar episódios por conta própria faça feridas ainda abertas cicatrizarem mais rapidamente, do que se esperássemos que elas fizessem isso sozinhas.

Pois, todo início precisa de um final.

Tirar o valor sentimental dum objeto e torná-lo banal pode ser o que falta para tirar alguém do fundo. Alguém que insiste em olhar aquele mesmo objeto todas as manhas, e em lutar por uma causa perdida.
Alguém que insiste em sonhar um sonho do qual já acordou.
Ou alguém que não deseja acordar.
E não me refiro apenas ao amor, como acredito que aparente. Mas a tudo na vida.


Por mais que se adie a conclusão dum assunto, isso cedo ou tarde chegará.
Por força externas, que levem a outras circunstancias.
Quem sabe por intermédio de espectadores revoltados.
Ou de forma inevitável, pela morte.

Afinal de contas, todo início precisa de um final.

"Um homem é tudo aquilo o que ele sonha ser."

Do filme O Guerreiro da Paz.

"Falhar é semear a descrença naquilo em que acreditamos."

Do filme V de Vingança.