Saturday, February 24, 2007

IV

Não diferente do dia anterior, fora acordado pelo sol batendo em seu rosto.
Abriu uma fresta da janela e não viu ninguém nas ruas. Absolutamente ninguém. Nenhum barulho. Despreocupado, fechou a janela e voltou a dormir.
Despertou algumas horas depois, num pulo. Assustado por um barulho.
Olhou para o lado e havia sido ele mesmo, quem derrubará com o braço, do banco ao lado da cama, a flauta.

Resolveu sair da cama. Era tarde, e o sol estava numa temperatura agradável. Tirou a camisa pesada. Há muito gostaria de andar com o peito desnudo pelas ruas. Aquele calor sempre o atormentará. Era feliz pelo verão ser curto.
Comeu muito bem após sair da cama. Deitou o franzino corpo na varanda de sua casa e ficou ali por horas. Viu o sol se esconder atrás das montanhas e a lua e as estrelas começaram a brilhar no céu escuro.

Foi até o quarto só para pegar sua flauta. Avistou uma garrafa de vinho e a apanhou também. Tocou e bebeu noite adentro. Até que já não tinha mais tanta coordenação para tocar. E então adormeceu.

Já era o terceiro dia desde o sumiço dum vilarejo inteiro.
Seus dias nunca foram tão divertidos e tranqüilos. Nunca se sentiu tão leve.
Comida não faltava na casa dos outros. E bebida tão pouco. A taverna era sua dispensa.
As velhas senhoras enrugadas não estavam mais ali para cochichar entre si quando ele passava. O velho carroção que levava lenha não o acordava mais.

E ele adorava caminhar por essa cidade tranqüila. Nem mesmo visitantes haviam mais ali aparecido. A cidade não tinha nenhuma razão especial para ser visitada, mas volta e meia alguns comerciantes passavam por ali. Trazendo tecidos rústicos e raramente algumas iguarias, como louças, pequenas jóias e comidas exóticas.


Voltando de uma de suas caminhadas reparou como sua casa estava maltratada. Parou diante de sua morada e vislumbrou um lar melhor para ele. Agora que não havia ninguém para apontar-lhe o dedo e acusá-lo de pecado da luxúria.
No dia seguinte saiu de casa com suas roupas e alguns pertences enrolados num lençol velho. Encontrou uma confortável e simpática casa, de ambiente agradável, e ali mesmo se acomodou.
A choupana dava de frente com os portões. É claro que a mudança fora uma desculpa para se aproximar do portão.

1 Comments:

At 2/24/2007 11:16 AM, Anonymous Anonymous said...

hmmm...

pra onde eh que foi o povo todo heim?
...

e o que diabos o aguarda por tras do pesado portao???

espectativa...

à espera do capitulo V!

bjo Capitão, ops, digo, Edurado.
=D

 

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